Estamos no mês da diversidade, momento em que celebramos tanto a luta contra a discriminação como a importância do respeito para que as pessoas sejam quem elas são.
O dia 28 de junho foi escolhido como o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ por causa de um episódio ocorrido no bar The Stonewall Inn, em Nova York, no final dos anos 60.
O local era frequentado por gays, lésbicas, bissexuais, trans, drag queens, entre outros grupos que eram perseguidos pela Polícia porque havia leis que proibiam o relacionamento de pessoas do mesmo sexo e ações como dar as mãos, dançar, beijar, ou mesmo utilizar roupas que não condiziam com seu gênero.

Alguns estabelecimentos, como o Stonewall, viraram um refúgio para essa comunidade.
Foi no dia 28 de junho de 1969 que uma inspeção policial agressiva no bar resultou na mobilização do público presente que decidiu não se dispersar como geralmente ocorria. Estavam cansados da perseguição e discriminação. As manifestações continuaram por cinco dias em toda a cidade.
Um ano após o episódio do Stonewall Riot ou Rebelião de Stonewall, milhares de pessoas da comunidade marcharam saindo do bar até o Central Park e essa marcha foi reconhecida como a primeira parada gay dos Estados Unidos.
Aliás, você sabe o que significam todas as letras da sigla LGBTQIA+?
Seria ótimo se esse mês fosse apenas para celebrar as conquistas históricas, a liberdade e a diversidade, mas infelizmente as notícias nos mostram que o nosso país ainda está longe de ser seguro para a comunidade LGBTQIA+ quando o simples fato de existir já te coloca em um lugar de resistência.
Somos o país que mais mata transexuais no mundo segundo a ONG Transgender Europe (TGEU) e em 2020 foram 175 assassinatos de mulheres trans de acordo com um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), o que equivale a uma morte a cada dois dias.
Só seremos um país melhor e mais justo quando todos puderem ser quem são, sem medo da violência, sem bullying nas escolas, sem dificuldades extras na hora de conseguir um emprego.
E para além dos problemas externos, temos que olhar para dentro também.
Se aceitar pode ser difícil. Muitas pessoas não têm alguém com quem falar sobre seus sentimentos, não estão próximas de sua comunidade, não aceitam o que sentem e passam uma vida toda reprimindo isso.
E se falamos em se “assumir” como homossexual, por exemplo, o mesmo não ocorre do outro lado. Ninguém precisa de assumir heterossexual, o que por si só demonstra o desequilíbrio na forma de existir. Por que essa necessidade de sermos rotulados em caixinhas? Por que não podemos apenas ser quem somos?
E a vida é uma só e muito curta para não sermos nós mesmas.
