Vivemos tempos complexos. Realmente difíceis.

As mulheres são as mais afetadas em um cenário de insegurança alimentar.

As mulheres negras são 28% da população, mas ainda tendem a ter uma participação menor no mercado de trabalho, com taxas maiores de desemprego ou informalidade.

Cada semana uma notícia estarrecedora domina os noticiários envolvendo violência sexual com mulheres e meninas…

Mas este ano, as mulheres representam 53% do eleitorado, em um universo de cerca de 150 milhões de eleitores no Brasil. Isso significa que temos 8,5 milhões de mulheres a mais do que homens que vão votar.

 

Quando o assunto é política, números fazem a diferença e quanto mais gente somar para garantir direitos e termos mais equidade, melhor.

Quem nos acompanha há algum tempo sabe que somos parceiras do Instituto Vamos Juntas, uma organização suprapartidária que trabalha pela promoção da presença feminina nos espaços de poder.

 

 

Porque não podemos esquecer que a política é, antes de mais nada, uma ferramenta para que a vida em sociedade seja melhor. Ou pelo menos é o que deveria ser.

Vivendo em tempos de polarização, diálogos importantes e construtivos acabam perdendo espaço porque temos que defender preceitos básicos.

É difícil não entrar em debates de forma acalorada. Acabamos associando preferências políticas ao caráter da outra pessoa, o que de fato se aplica a alguns valores que não podem ser ignorados como, por exemplo, qualquer tipo de preconceito ou discriminação.

Fica difícil ter um ambiente adequado para a construção da sociedade mais justa e igualitária que precisamos, quando estamos debatendo e brigando pelo que já deveria ter sido superado.

Foi em 2016 que o Fórum Econômico Mundial constatou que, se a implementação de políticas de gênero continuasse no mesmo ritmo, o Brasil levaria 95 anos para atingir a igualdade entre homens e mulheres. Isso é, quase um século até ter os nossos direitos e participação plena.

 

 

Ter mais mulheres, sobretudo no Congresso onde são criadas as leis, é essencial para reverter esse cenário e tirar o Brasil da 144ª posição do ranking que avalia a participação feminina nas casas parlamentares.

E além de ter mais mulheres atuando diretamente na política, nosso papel como cidadãs é também o de acompanhar o que está em debate. A plataforma Elas no Congresso faz um monitoramento muito importante dos parlamentares que mais atuam em favor das mulheres.

Quando falamos em violência política, que é um problema de direitos humanos, prejudicial à democracia e ao progresso, é alarmante termos o dado de que 82% das mulheres em espaços políticos já sofreram violência psicológica, 45% já sofreram ameaças, 25% sofreram violência física no espaço parlamentar, 20% assédio sexual e 40% das mulheres afirmaram que essa violência atrapalhou sua agenda legislativa.

Precisamos promover a adoção de marcos legais ou outros instrumentos destinados a enfrentar a violência política contra as mulheres, para que elas possam trabalhar por todas nós.

Só assim os problemas do dia a dia, da falta de creches à violência no transporte público, da diferença salarial injustificada à manutenção das desigualdades sociais e de gênero poderão ser combatidas com mais força e celeridade.

Como disse a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet:

“Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política.”

Juntas podemos construir o que queremos!

Um grande beijo!