O Instituto Família Legal atua para combater a evasão escolar, reduzir a violência, gerar renda e promover a consciência ambiental
Unir em um só projeto educação, consciência ambiental, geração de renda e redução da violência não é tarefa fácil, mas é essa que tem sido a missão do Instituto Família Legal (@institutofamilialegal). Em atuação desde 2007 na cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, a entidade realiza o atendimento social de crianças de 9 anos a adolescentes de 15 anos em situação de vulnerabilidade.
Com apoio de repasses municipais e federais, é possível oferecer uma variedade de cursos e atividades como futsal, handebol, dança, acrobacia e circo, educação ambiental, oficinas de reciclagem, horta ecológica, entre outras ações com o propósito de promover a educação, saúde e cultura. Os alunos contam com uma bolsa para realizar as atividades, o que segundo Margareth Maneta, diretora do instituto, é um incentivo para evitar que as crianças e adolescentes caiam no mundo do crime. “Desenvolvemos um formato de incentivo previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) porque infelizmente vemos muitas crianças e adolescentes inseridos no roubo, no tráfico de drogas e no uso de entorpecentes e quase todos vem de famílias sem renda nenhuma. Eles querem comprar seu tênis, roupas, comer um lanche, ter um celular e como os pais não tem condições de oferecer isso, eles entram no crime para ter essas coisas. Temos que incentivá-los a continuar seus estudos e para participar do projeto eles têm que ter notas boas, então também estamos combatendo a evasão escolar. Trabalhamos valores com eles para que saibam que com o esforço pessoal e estudo vão ter o retorno financeiro para adquirir o que quiserem”, conta Margareth.
Entre os projetos do instituto está o Arte que Transforma, com releituras de obras literárias clássicas de autores como Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade que servem de inspiração para que os jovens criem quadros.
Outra frente de atuação do instituto é em relação às mães das crianças e adolescentes que fazem artesanato de patchwork com temas inspirados na fauna sul-mato-grossense. Elas criam bolsas, mochilas, estojos, porta-computadores, porta-moedas, entre outros. Um dos projetos já realizados foi o Fibra Viva, que a partir da doação de malotes de papel de diversas instituições, como Correios e Banco do Brasil, promovia a reciclagem do material que antes era incinerado e causava danos ao meio ambiente. “Conseguimos promover a geração de renda para mulheres que não conseguem se inserir no mercado de trabalho por causa da falta de estudo. Os projetos abriram essa possibilidade porque ao vender as bolsas, por exemplo, elas ficam com metade do valor e a outra metade é utilizada para a manutenção do projeto. Elas descobrem um potencial de crescimento e desenvolvimento”, explica Margareth.
Sendo Bonito a capital do ecoturismo há mais de dez anos, a ideia de produzir artesanato com temas da fauna local trouxe uma identidade única ao projeto, além de chamar a atenção para a importância de preservar a grandiosidade e beleza única do pantanal.