Tudo bem com você? <3
Espero que sim, que você esteja firme, forte e saudável.
E por falar em saúde qualquer coisa que tira a gente do nosso estado normal é péssimo né?
Da chata rinite alérgica a uma dor de garganta. Ou aquela dor de ouvido que atrapalha toda a nossa atenção. Ou ainda o resfriado que derruba e aí o jeito é descansar até melhorar.
Mesmo uma ferida que precisamos tratar, tomar remédio para não infeccionar e ter paciência enquanto a cicatrização acontece, também é um incômodo indesejado.
É desagradável ter algo que dói e não poder acelerar o processo.
Mas e as dores que não são físicas? Elas também doem, tiram nosso foco, incomodam e… precisam ser curadas.
Quando falamos em curar, isso significa que vai ter algum tempo envolvido. Se às vezes, por motivo de saúde física, precisamos nos afastar do trabalho para o nosso corpo melhorar, a saúde emocional merece a mesma atenção. Temos a tendência de tentar minimizar essas dores e sabemos que, na prática, não podemos deixar a peteca das nossas responsabilidades cair. Mas simplesmente continuar, tentar forçar e manter a rotina ignorando o que estamos sentindo não é saudável.
Aliás, muitas vezes uma dor invisível é muito mais difícil de curar do que a de um machucado físico. Nosso corpo, nossa biologia tem seus próprios mecanismos de cura. Já a nossa mente parece querer ficar “cutucando a ferida”, reabrindo mágoas passadas, ampliando o nosso sofrimento.
E são complicadas essas feridas que não saram. Pode ser um trauma da infância que te marcou até hoje, um padrão que continua se repetindo na sua vida. Ou algo recente e pontual que simplesmente insiste em te perturbar.
Às vezes apenas tempo é tudo o que precisamos para processar uma dor. Em outros casos precisamos providenciar a cura de uma forma mais ativa.
Cuidar da gente, procurar o que nos faz bem, desabafar ou buscar um profissional que nos guie quando tudo parecer muito difícil de processar. Não é fraqueza precisar de acolhimento. Apenas o fato de falar, de colocar para fora e receber uma nova perspectiva do que nos aflige já faz uma grande diferença.
O importante é saber que por mais profundas que sejam, essas dores invisíveis também podem ser curadas.
É possível ressignificar um trauma, superar uma perda, voltar a se sentir bem. Retornar ao nosso estado normal.
O mais grave é quando a dor que não é física começa a se manifestar de forma sintomática. E isso pode ser mais leve, como um cansaço ou falta de ânimo para fazer nossas atividades, ou mais grave chegando a um burnout ou colapso.
Podemos ainda tentar as fugas, em suas várias possibilidades. Tudo para amenizar a sensação de dor do momento, ignorar até passar, deixar para a nossa versão do futuro lidar. Mas essa é uma solução provisória que pode funcionar, se é apenas de tempo que precisamos, ou pode piorar algo que não deveria ser deixado de lado.
E quando a dor não é nossa, mas de uma pessoa próxima ou de alguém com quem convivemos, não devemos tentar diminuir esse sofrimento através de uma simples recomendação. Por mais que a intenção seja boa, quando falamos um “que bobagem, para de ligar pra isso”, podemos dar um peso maior ao que o outro está sentindo. Nós nunca vamos saber toda a bagagem dessa pessoa, seus machucados e a motivação dela sentir a dor que sente em uma intensidade maior ou menor. Se ela está te contando é porque precisa de apoio, de carinho, de um ombro amigo e não uma ordem de “desligue esse sofrimento”.