No sábado (7) a Riachuelo abriu sua casa para receber o Free Free e um time de mulheres incríveis que representam, cada uma do seu próprio jeito, valores que acreditamos muito. A abertura foi feita pela Marcella Kanner, head de marketing da Riachuelo. “Hoje temos essa oportunidade para refletir juntas. Ainda temos muito a ser conquistado e nós, da Riachuelo, temos o propósito de transformar a vida das pessoas através da moda. Isso tem tudo a ver com autoestima”, disse.

A maravilhosa rapper Stella Yeshua fez a mediação do bate-papo. Antes de ser influencer, a Stella contou que trabalhou na Riachuelo e falou sobre a experiência de voltar à loja, dessa vez para participar de um encontro sobre uma causa que acredita muito que é a liberdade feminina. “Fazemos parte de um milênio de mulheres que se ajudam e se entendem. Temos que contribuir para fazer todas as mulheres chegarem ao topo” – Stella Yeshua

Em seguida, cada convidada falou sobre o que significa a liberdade para elas e como isso influenciou a construção de sua autoestima.

Comecei a odiar meu corpo com 9 anos. Passei por todo tipo de dieta, tive anorexia e bulimia, fiz lipoaspiração e tentei o suicídio, tudo isso porque estava aprisionada em um padrão estético que não era o meu. Liberdade para mim é a vida que tenho hoje. Graças a minha imagem conheci o feminismo e aprendi que o corpo deve ser livre. Isso conversa muito com o Free Free. O maior relacionamento abusivo que nós temos é com a gente mesmo, o meu durou 26 anos” – Alexandra Gurgel (@alexandrismos), fundadora do Movimento Corpo Livre que auxilia meninas e mulheres a amarem seu corpo e não se prenderem a padrões estéticos.

Minha história com liberdade está relacionada ao dinheiro. Aprendi com meu pai a guardar a mesada e minha mãe falava sempre que eu não devia depender de homem nenhum. Quando meus pais se separaram isso ficou mais claro ainda. Liberdade para mim é poder ter escolhas e para isso precisamos ter independência financeira. Existia uma mentalidade de que se você tem dívidas, a culpa é sua e não é assim. A principal parte do meu trabalho acontece pelo inbox no Instagram onde converso com as mulheres. Nunca vamos olhar para uma mulher e falar ‘seu problema é ser consumista, tá comprando muitas brusinhas’. As pessoas têm problemas e temos que entender o caso de cada uma para ajudar. Quando são independentes, as mulheres conseguem montar seu próprio negócio, comprar um apartamento e até sair de um relacionamento ruim” – Carol Sandler, fundadora da plataforma Finanças Femininas (@finançasfemininas), sócia e diretora de conteúdo da Ella’s Investimentos.

Com a experiência que teve como jornalista que cobria o mercado financeiro e a partir da história dos pais, a Carol montou o Finanças Femininas em 2012 ao perceber que apenas 20% do público que consome o conteúdo de sites de finanças são mulheres. Seu trabalho, mais do que resolver problemas ligados ao dinheiro é o de acolher mulheres que estão passando por dificuldades.

Todos os convidados se emocionaram muito com o relato de vida da Thelma do Vale, que participou do primeiro workshop realizado pelo Free Free. Ela se mudou do interior para São Paulo porque não tinha perspectiva de emprego em sua cidade natal. Depois de dois meses conseguiu trazer seus filhos para cá. Trabalhou como babá ganhando R$ 400 por mês, mesmo valor do aluguel que pagava na pensão onde morava. Com muito esforço conseguiu juntar dinheiro e financiar um apartamento próprio. Após se separar do pai de seus filhos, teve um novo relacionamento que acabou se revelando abusivo. Ela teve que se separar com medida protetiva. Perdeu seu emprego e o apartamento onde morava. Após ser encaminhada para participar do workshop, sua vida começou a mudar. Conseguiu bolsas e voltou a estudar. Se formou como maquiadora e hoje é independente.

A vida dá voltas e coloca pessoas boas no seu caminho. Me permiti ser cuidada e isso transformou a minha vida, sempre apoiei outras pessoas, mas tive um momento em que precisei ser apoiada. Podemos cuidar do próximo, mas sem esquecer de cuidar de nós mesmas, nos ajudar, nos valorizar e nos dar oportunidades primeiro” – Thelma do Vale

A última fala foi da Yasmine McDougall Sterea, fundadora do Free Free, que contou como o suicídio da mãe e, alguns anos depois, o nascimento de sua filha, a transformaram e motivaram a querer criar um projeto para que mulheres se sintam acolhidas e possam conquistar a vida que desejam. Sua experiência com o mundo da moda também foi um fator que contribuiu para a criação do Free Free.

Sempre trabalhei com moda e amava o trabalho criativamente, mas não me conformava com a moda que ditava padrões, que não incluía, mas excluía. Quando engravidei da Violeta, passei por um processo de transformação. Eu já tinha sucesso profissional e financeiro, mas não era livre porque eu não tinha trabalhado minha dor, o trauma que tive com a minha mãe. Comecei a estudar várias terapias para me curar e criei a metodologia do Free Free, usando a moda como uma ferramenta tangível.. Minha filha me deu a coragem de levar a minha carreira para um caminho diferente. Criar o Free Free não é somente uma missão minha, pessoal, de autoconhecimento, mas coletiva. Já impactamos milhares de mulheres e a ideia é impactar milhões. Levar liberdade física, emocional e financeira para meninas e mulheres” – Yasmine McDougall Sterea.

Você pode ver como foi o evento aqui: