Eu sei que você é uma mulher independente, autossuficiente, que sabe o seu valor e que está em uma linda jornada para concretizar os seus objetivos.

Sei também que você tem plena consciência de que estar solteira não é nenhum problema, pelo contrário, e que hoje não faz mais sentido associar o sucesso pessoal de alguém com o fato de ter ou não um relacionamento.

Mas….

E quando bate aquela carência?

 

Porque a vontade de estar com alguém também existe. É humana e natural.

Melhor ainda se for um relacionamento onde há equilíbrio, responsabilidade afetiva, reciprocidade, respeito, parceria e mais uma lista de características que nos fazem pensar “Será que existe uma pessoa assim?” ou “Só com tudo isso para valer a pena eu abrir mão da minha liberdade!”.

Hoje é o Dia dos Solteiros, uma data criada para oferecer paridade ao Dia dos Namorados, e cabe fazer a reflexão de que não tem nada errado em estar sozinha.

Ser solteira não é um peso, um castigo ou uma vergonha. Também não quer dizer nada sobre a nossa personalidade.

 

 

Por muito tempo existiu essa visão pejorativa sobre ser solteira, principalmente no caso das mulheres. Enquanto um homem solteiro era visto como alguém aventureiro, que estava curtindo sua vida ao máximo em qualquer idade, a mulher era aquela que “ficou pra tia”, que deve ter uma personalidade muito difícil por isso não se relaciona.

Ter um relacionamento é bom, quando isso é algo que acrescenta, que torna a nossa vivência mais rica.

Nunca deve ser algo motivado pelo medo de ficar sozinha, de achar que é melhor ter um relacionamento mesmo que seja ruim do que não ter relacionamento nenhum.

E até quando é bom, saudável, a própria dinâmica de se relacionar com alguém é algo que vai testar os nossos limites. Quanto mais seguras estivermos sobre o que queremos para a nossa vida, o que consideramos positivo, mais fácil será o trabalho de aparar as arestas do convívio.

Imaginar aquele encontro de almas, um amor perfeito, também é complicado. O amor real tem uma parte de defeitos, de conflitos, e a graça é justamente ele ser real. Real sempre é melhor do que perfeito.

O pior dos mundos é estar em uma situação querendo estar em outra, isso é válido para quem está solteira querendo namorar e também para quem está com alguém querendo estar solteira.

É sempre bom fazer o exercício de avaliar se a nossa vida, no momento que estamos, oferece as oportunidades que precisamos para nos desenvolver.

Combater a inércia que nos mantém em uma zona de conforto que, ao invés de confortar, nos faz sentir estagnadas. E tentar também refutar o pensamento que sempre tenta nos avaliar pelo que falta, ao invés do que temos.

O problema de depositar a nossa felicidade de forma dependente de outra pessoa é que, em qualquer mudança, nos sentimos vazias, sem um propósito. Isso vale para relacionamentos amorosos ou até familiares, como nos casos da síndrome do ninho vazio que tantas mães passam com a saída dos filhos de casa.

Por isso é tão importante construir a sua própria felicidade independentemente de outras pessoas estarem no cenário ou não.

Não existe um período certo ou uma data limite para se envolver com alguém, se for isso que você quer.

Da mesma forma, nunca é tarde para avaliar se as relações que você tem ainda fazem sentido. Não é vergonhoso se divorciar depois de um casamento de 10, 15, 25 anos ou até mais.

Precisamos ir atrás na nossa felicidade, sem medo de estarmos sozinhas em alguma parte do caminho.

Devemos nos sentir completas, porque de fato somos! E se outra pessoa completa nos despertar o interesse, podemos compartilhar a vida com ela. Ou não. Porque ser livre também é bom.

 

Só você poderá enxergar a sua realidade de forma positiva, tirar o melhor do momento que está vivendo.

E é muito importante a compreensão de que sozinha não significa solitária. Estar sozinha em paz é uma forma de celebrar a sua própria existência, de encontrar conforto na sua própria companhia. E como bem disse a incrível Martha Medeiros, “Solidão não se cura com o amor dos outros. Se cura com amor-próprio”.

Um grande beijo!