Estamos na semana do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+ em um mês que a diversidade e o respeito são temas falados em todo lugar.
Mas quando falamos de orgulho estamos falando muito mais do que aceitação e amor próprio.
Devemos sim ter orgulho de cada característica que faz a gente ser quem é. Nossa sexualidade, a forma como vivenciamos o amor, é uma delas. Mas somos muito mais complexas que isso.
Chegamos nesse mundo como telas em branco e ao longo dos anos vamos ganhar nossas próprias cores, definir o que gostamos, o que queremos expressar, como vamos deixar nossa marca nos lugares que vamos passar e nas pessoas que vamos encontrar.
O que não dá para entender é como uma, dentre tantas coisas que nos definem, pode ainda ser alvo de preconceito, violência e de exclusão.
A essa altura deveríamos ter a liberdade para apenas ser, amar, viver.
Talvez a inclusão que precisamos passa justamente por pararmos de tentar encaixar as pessoas em caixinhas, sejam elas quais forem, e passar a enxergar todos como humanos cheios de potencialidades que vão muito além das que declaramos ou que são visíveis.
Infelizmente quando o assunto é educação e mercado de trabalho, muitas pessoas da comunidade LGBTQIAP+ ainda têm dificuldades a mais.
A adolescência, um período que de forma geral é difícil para todo mundo, por estarmos no processo de descobrir quem somos e qual o nosso lugar no mundo, com sentimentos muito intensos, é muito pior quando aquilo que você é se torna alvo de bullying. E nas salas de aula, 68% os estudantes trans afirmam já terem sofrido agressões verbais e 25% foram alvo de agressões físicas.
Fugir à heteronormatividade, pode significar uma incidência de 45,5% de ao menos um transtorno emocional, geralmente depressão e ansiedade, enquanto entre os heterossexuais este número é de 26,42%.
E num mercado de trabalho complicado para todos os brasileiros, 41% das pessoas LGBTQIAP+ afirmam ter sofrido algum tipo de discriminação em razão da sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho. Já 90% das travestis se prostituem por não terem conseguido nenhum outro emprego, até mesmo as que têm boas qualificações.
Temos notícias estarrecedoras como a de que cirurgias de redesignação sexual poderão ser restringidas pelos planos particulares de saúde. Enquanto pelo SUS é possível conseguir a hormonioterapia e cirurgia, apesar dos relatos de demora e burocracia.
Sem contar o monte de frases que já deveriam ter sido banidas de todas as conversas como “nossa, mas você não parece gay”, “que desperdício”, “você não é bi, só está com medo de se assumir”, “você parece homem/mulher de verdade”, entre tantas outras.
Mas nem tudo é ruim. Um relatório mostra que a comunidade LGBTQIAP+ teve 456 conquistas em todos os continentes ao longo de 2021, sinal de que a luta constante gera sim progresso.

Então mais do que um dia ou mês do orgulho, que têm sim sua importância para a conscientização, é preciso lembrar que todo dia é dia de abraçar quem se é, se amar, mesmo num mundo que insiste em ser hostil. É o mundo que precisa mudar, não a gente!
Grande beijo e #happypride 🌈