Não sei se você é fã de filmes de terror, mas hoje vamos falar sobre algo nessa temática: fantasmas e assombrações. Boooo

 

Na verdade só falei dos filmes porque na maioria deles, quando algo aparece para assombrar os protagonistas geralmente tem um motivo. Pode ser um assassinato não resolvido, a vingança por um trauma sofrido ou a necessidade de entrar em contato com alguém do passado.

Ghost – Do outro lado da vida (1990)

O que vamos falar não tem nada de sobrenatural e é bastante comum. Os fantasmas de situações que vivemos e que insistem em se fixar na nossa mente.

Tem até uma música da banda australiana Men at Work que traduz bem essa situação, chamada Overkill (Exagero).

“I can’t get to sleep / Eu não consigo dormir
I think about the implications / Eu fico pensando nas implicações
Of diving in too deep / De me jogar de cabeça
And possibly the complications / E as possíveis complicações

Especially at night / Especialmente à noite
I worry over situations / Eu me preocupo muito com as situações
I know I’ll be alright / Eu sei que tudo vai ficar bem
Perhaps it’s just imagination / Talvez seja só minha imaginação

Day after day it reappears / Dia após dia isso reaparece
Night after night my heartbeat shows the fear / Noite após noite, as batidas do meu coração demonstram medo
Ghosts appear and fade away / Fantasmas aparecem e somem”

Tem ainda a expressão em inglês skeleton in the closet ou “esqueleto no armário” que significa algo que temos vergonha e queremos esconder.

Então seja o esqueleto no armário ou os fantasmas que aparecem, fato é que tem cenas, momentos ou situações que vivemos que voltam para nos assombrar e tirar a nossa paz.

Bom seria ter a memória de um peixinho dourado. Aquele “se eu não lembro eu não fiz”. Ou ainda se tivéssemos como simplesmente deletar as coisas que não queremos recordar. Achou uma foto no celular que não gostou? Só mandar para a lixeira.

 

Brilho eterno de uma mente sem lembranças (2004)

Mas a nossa mente não funciona assim. Às vezes nos deitamos na cama para relaxar e dormirm mas aparece aquela lembrança de algo que não gostamos ou uma saudade que conscientemente sabemos que já devíamos ter nos desapegado. Isso quando não revivemos uma cena desagradável em Full HD 4k nos nossos sonhos…

Freud disse que “o sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente” e pela psicanálise entende-se que os sonhos são muito mais uma manifestação das nossas vontades ou medos do que uma relação com a realidade.

Então aquela situação, seja uma vergonha que você passou na 5ª série do ensino fundamental, algo que você se arrependeu de falar em uma discussão ou até aquilo que você gostaria de ter falado e no calor do momento não conseguiu, esses momentos passados que ainda te incomodam são algo que você precisa lidar se quiser se libertar.

Aprender a se perdoar, passar um verdadeiro pano para você mesma e saber que tudo bem errar, afinal quem nunca né?

Tudo isso é parte de um processo de cura.

É bom contar com a ajuda de um profissional para identificar os gatilhos e o porquê estamos obcecadas com um determinado pensamento. Mas podemos fazer o exercício de confrontá-los no nosso dia a dia.

Pensar demais em algo, ficar projetando conjecturas e fantasiando desfechos diferentes do passado não é algo que vai ser útil no presente e futuro. O ideal é aprender com os erros, desapegar da vergonha e seguir em frente.

 

E para isso, melhor do que fugir dos fantasmas é encará-los. Por que continuo pensando nisso? Por que tal dia ainda me incomoda? O que posso fazer diferente em uma situação semelhante que venha a acontecer?

Liberte-se dos seus fantasmas e seja mais livre também!

Um beijo e boa semana!

 

A Noiva Cadáver (2005)